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isolados na costa -, em parte porque Portugal, concentrado nos "fumos da Índia , não se
interessou inicialmente em explorá-la. Nas primeiras décadas do século XVI, Lisboa cedeu
o monopólio da extração da riqueza da terra, o pau-brasil, a um grupo de particulares
cristãos-novos. Nesse período, limitou-se a enviar ao país quatro expedições exploradoras,
seguidas, em 1530, da missão "colonizadora chefiada por Martim Afonso de Souza. A
partir de março de 1534 a Coroa tentou transplantar para o imenso território americano as
capitanias hereditárias, sistema de administração adotado na pequena ilha da Madeira; não
obteve sucesso, com exceção das capitanias de Pernambuco e São Vicente, onde alguma
colonização efetiva foi iniciada.
Nas primeiras décadas do século XVI, comerciantes, aventureiros e piratas de
várias nacionalidades - personagens eles também das viagens oceânicas - visitaram com
freqüência a terra brasileira. Buscavam sobretudo extrair a madeira que servia para a
tintura cor de brasa. Para isso, obtinham com facilidade a colaboração dos índios,
dispostos a tirar alguma vantagem das rivalidades que percebiam existir entre os brancos
e, além disso, amedrontados com os contatos com os portugueses - que se tornavam
cada vez mais violentos - e suas terríveis conseqüências. Em 1570 já estava extinto o
primeiro grupo indígena contatado por Cabral, em Porto Seguro, os Tupiniquim, devido às
doenças resultantes do contato e aos maus tratos. Os estrangeiros interessavam-se ainda
por outras riquezas, como as magníficas aves coloridas capazes de falar que tanto os
encantavam, presenteadas a reis e negociadas na Europa por altos preços. Essas aves
foram responsáveis também por uma das primeiras designações do país, Terra dei
Papagalli, por si só uma comprovação do interesse dos italianos pela terra.
Nas primeiras décadas do século XVI, caracterizadas pelo baixo nível de controle
da Coroa sobre a terra, muitos cidadãos portugueses nela se instalaram, alguns por
vontade própria, outros forçados. A expedição de Cabral inaugurou ambas as práticas:
abandonou no litoral dois degredados, para que aprendessem o idioma e os costumes
locais e, caso sobrevivessem, servissem de guias e intérpretes às próximas frotas
portuguesas que ali aportassem; e, quando a expedição partia, dois grumetes jogaram-se
na água, escapando a nado para a terra, seduzidos talvez pela natureza, pelas índias ou
quem jamais saberá? - pela antevisão da liberdade.
A presença de degredados no Brasil, enviados de Portugal e de outros espaços
lusos, foi expressiva durante todo o período colonial. Condenados às vezes por crimes
insignificantes, como furtar um pedaço de pão para saciar a fome, esses homens e
mulheres no Brasil foram colonizadores, povoadores, funcionários da Coroa, soldados,
artesãos, agricultores etc. Ao chegar à América, trouxeram suas idéias, modos de vida,
cultura, desde a Europa, África ou Ásia. Muitos retornaram aos países de origem, após o
cumprimento ou o perdão da pena, disseminando o que o Brasil lhes ensinara. Tornaram-se
intermediários culturais nos espaços lusos, mesmo papel exercido pelos portugueses que
voluntariamente vieram a dar com os costados no Brasil, no início do século XVI, aqui
vivendo entre os índios e se tornando culturalmente híbridos - casos de Caramuru, João
Ramalho e do bacharel de Cananéia. Apesar do controle crescente da Coroa sobre a
circulação de pessoas no império, nos séculos seguintes muitos outros portugueses
seguiram o exemplo daqueles primeiros. Foram brancos que viveram à maneira dos índios
nos sertões e matas, encontrados pelos portugueses às vezes décadas depois. De
africanos, europeus, asiáticos e indígenas, gente de diferentes culturas que transitava
entre muitos lugares, formou-se a população brasileira.
Apenas quando os negócios da Índia tendiam já ao declínio começou a colonização
do Brasil. Em 1549 chegaram ao país o governador-geral e os jesuítas e, na década
seguinte, as plantações de tabaco e de cana-de-açúcar no litoral começaram a dar os
primeiros sinais de sucesso. O Brasil logo se tornaria o maior produtor mundial de açúcar,
mercadoria rara e cara na Europa. O tabaco brasileiro destinou-se sobretudo ao mercado
da África, onde era trocado por escravos (o tráfico negreiro tornando-se, com o tempo, o
mais rendoso negócio colonial), embarcados à força para trabalhar nos canaviais
brasileiros. A venda do açúcar brasileiro rendia lucros aos senhores de engenho e de
escravos. Isso lhes possibilitava comprar mais escravos e adquirir de Portugal produtos
caros, fabricados no reino, no restante da Europa ou nas feitorias e colônias lusas da Ásia, [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ]

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